Lee Complin pode não ter ganhado nenhuma homenagem importante no mundo dos autódromos, mas vale a pena prestar atenção em sua história. Após sofrer um grave acidente em 2008, ele lutou pela vida, mas voltou ao esporte que amava 14 anos depois. Seu retorno às corridas em 2022, pela primeira vez em quase 10 anos, atraiu muita atenção, principalmente quando apareceu pela primeira vez na pista durante um treino em Newcastle, atraindo a atenção de todos os presentes.
– Sempre quis voltar à pista, mas várias questões profissionais impediram-me de o fazer – admitiu Complin em entrevista ao WP SportoweFakty, conciliando a sua paixão com as responsabilidades do dia a dia. Além disso, a sua decisão de regressar não foi apoiada pela sua família, que se lembra do dramático acidente no Hipódromo de Scunthorpe, a 27 de julho de 2012, após o qual teve de suspender a sua carreira.
– Na verdade, a lesão foi um dos motivos. Havia também o problema de dificuldades com o fluxo de caixa. Quanto à saúde em si, desde que saí do Autódromo sempre pratiquei atividade física e musculação. […] Complin disse que não é mais afetado pela lesão anterior.
Assista ao vídeo: Autódromo. Revista PGE Extra Liga. Convidados: Janowski, Hampel, Cieshlak
Depois de anos afastado, Lee Complin voltou à ação competitiva em 25 de março de 2023, jogando uma partida do Tyne Tees Trophy. Ele começou ao lado de Jordan Jenkins, Jason Edwards e George Congreve, provando sua determinação e vontade de lutar. – Todo esse tempo fiquei uns 10 minutos sentado na moto do meu pai, mas não andei na rodovia. […] Tive a vantagem de poder subir em qualquer equipamento e trabalhar com ele a qualquer momento. Parecia que eu tinha nascido andando de motocicleta, lembrou ele em entrevista ao Speedway Star.
Apesar da grande motivação, voltar ao rumo não foi fácil. Embora tenha marcado dois dígitos nove vezes durante a temporada, ele jogou principalmente no último nível da liga. Seu melhor desempenho foram os 15 pontos marcados na partida contra o Plymouth Gladiators, e fez o mesmo na partida contra o Poole pelo Campeonato SGB.
A carreira de Complin foi cheia de desafios desde o início. Começou em pistas de grama e inicialmente não vinculou seu futuro aos autódromos clássicos, nos quais não tinha interesse. Com a persuasão das pessoas ao seu redor, ele decidiu experimentar os caminhões tradicionais e rapidamente assinou um contrato.
O médico disse: “Eu passei”.
Mas uma série de quedas que afetaram a sua saúde e o seu envolvimento num dramático acidente de carro em 2008 deixaram uma marca duradoura.
– O acidente ocorreu em uma estrada reta, mas as marcas de derrapagem mostraram que eu não estava acelerando muito. Mas fiquei em aparelhos de suporte vital por um mês. Disseram que sobrevivi porque estava em boa forma e tinha músculos. Mas ele me disse, anos depois, que teve que fazer dois furos em meu crânio para remover meu cérebro.
Inicialmente, suspeitou-se que álcool ou drogas estivessem envolvidos no acidente, mas posteriormente a perícia determinou que a causa foi um travamento no motor, que fez com que as rodas travassem e provocassem a derrapagem do veículo. A situação era tão grave que os médicos aconselharam os pais de Complin a se prepararem para o pior e retirarem o aparelho.
Felizmente para ele, sua mãe não concordou com esta medida. – Os médicos disseram que mesmo que ele sobrevivesse à noite, ele não conseguiria andar ou falar devido ao ferimento na cabeça – lembrou o atleta.
Não há final feliz. O culpado são… os dentes do siso?
A história do retorno de Lee Complin às corridas após um longo hiato é de determinação e crença em suas próprias habilidades. Apesar de muitas dificuldades, os britânicos provaram que o espírito esportivo nunca morrerá. Infelizmente, esta história não tem um final feliz.
Outros problemas surgiram em abril de 2024, quando o britânico foi selecionado para um teste antidoping que deu positivo. O comitê disciplinar da autoridade do autódromo questionou o Sr. Complin, membro do time de rugby, que afirmou ser inocente de qualquer delito. Mas as consequências foram claras: Complin violou dois regulamentos, disseram os activistas. Um deles dizia respeito a atividades lesivas aos interesses do desporto e o outro dizia respeito à presença de substâncias proibidas no organismo.
Após considerar todo o material, o comitê disciplinar considerou Complin culpado e, após considerar todas as opções de mitigação, decidiu suspender a licença do piloto de autódromo por 20 meses. Na opinião britânica, o culpado eram… os dentes do siso.
– Localizado no maxilar. Como as clínicas odontológicas regulares não podem realizar esse procedimento, tive que conseguir um encaminhamento. Esta situação não teria ocorrido se ele não tivesse tido uma dor de dente tão forte que um abscesso estava se formando, disse Complin em entrevista ao “Speedway Star”.
– Tudo começou dois meses antes do dia da imprensa. Fui ao dia da imprensa quase em agonia. Estou tomando ibuprofeno, mas é apenas um antiinflamatório. Tudo que tomei foram analgésicos prescritos. “Não fiz nada intencionalmente e sei que os dirigentes da liga seguiram certos procedimentos”, acrescentou.
Caso Complin decida voltar ao circuito, poderá retornar já em 2026. Dado que irá comemorar o seu 40º aniversário no dia 17 de novembro, parece que este é o fim da sua carreira.
Em 2009, Complin assinou contrato com a KMŻ Lublin. Embora nunca tenha jogado na liga, este foi seu único contato com o Polish Speedway.