Jan Furtok deixou a sua marca na história do futebol polaco e alemão. No nosso país tornou-se uma lenda no GKS Katowice, mas no estrangeiro enlouqueceu os adeptos do Hamburger SV.
Na terça-feira, 26 de novembro, a triste notícia sobre a morte do ex-internacional polaco de 62 anos correu por todos os meios de comunicação social. Para muitas pessoas na comunidade futebolística do nosso país, esta é uma enorme perda.
ele não vai esquecer isso
Um deles é Michał Listkiewicz. Ex-árbitro internacional, atuou como presidente da Federação Polonesa de Futebol após se aposentar e teve a oportunidade de arbitrar as partidas de Furtok.
– Arbitrei muitas partidas dele, havia uma diferença de 9 anos entre nós, mas neste caso não houve nada. Um dos melhores jogadores que já conheci em campo. Minha impressão é que só posso compará-lo a Mirek Okonski. Janek está provavelmente entre os três ou cinco melhores jogadores de futebol poloneses que arbitrei – confessou em entrevista ao WP SportoweFakty.
Segundo os meus interlocutores, o 36 vezes internacional polaco era uma pessoa impossível de não gostar. Ele também foi perfeito em campo, mas no final das contas houve uma exceção inesquecível.
-Ele também era uma pessoa muito legal. Ele não causou problemas em campo. Exceto por uma coisa…ele era bom em simular faltas dentro da grande área! Depois que nossas carreiras terminaram, perguntei a ele quantos pênaltis ele havia apitado e ele disse que provavelmente foram 15. Ele disse que se for 15 então provavelmente será 10 e se for 5 você está enganado. Ele caiu tão habilmente na área que não houve simulação. Acontece que ele tinha um jeito natural de cair e às vezes se esticar – nos explicou um ex-árbitro internacional.
“Isso é surpreendente, você é tão hostil.” Mas isso não se aplica a Furtoku.
Ristkiewicz insiste que pode sempre contar com a ajuda de Furtok em situações difíceis em campo. Ele também foi uma figura marcante no futebol e os torcedores alemães se apaixonaram por ele.
– Ele nunca foi agressivo com seus oponentes ou com os juízes e tentou neutralizar situações difíceis. Mas acima de tudo, ele era um jogador de futebol com instintos excepcionais na área e senso de bola e espaço. Já estive várias vezes em Hamburgo para assistir aos jogos dele. Lá, dava para sentir que as pessoas estavam vindo ao estádio para o Furutoku. Foi o que disseram os alemães, lembrou o nosso interlocutor.
As ações de Marian Ziurovic são uma prova do tipo de pessoa que o lendário jogador do GieKSa era. Foi presidente da Federação Polonesa de Futebol até o final de junho de 1999, quando perdeu a eleição para Ristkiewicz, mas já havia ocupado esse cargo no clube de Katowice, após o qual entrou em contato com Furtok. Eu tinha uma relação especial com ele.
– Sobre Janek, até mesmo o onipotente Marian Djurovitch, um grande homem que governou lá com muita determinação e que às vezes foi rude e desrespeitoso com muitas das pessoas sobre as quais detinha o poder. Ele nunca fez barulho ou me tratou com grosseria. E ele gostou – disse o presidente da Federação Polonesa de Futebol de 1999 a 2008.
– Ele morreu muito cedo, mas teve problemas de saúde. O clube gentilmente lhe deu um emprego e ele até se tornou presidente do GKS. Ele acrescentou que não tinha certeza se havia algum jogador que os torcedores de Giesa admirassem mais do que Yanek.
Ele ficou surpreso ao receber um salário na Alemanha.
Furtok ganhou destaque na Alemanha ao se tornar o vice-rei artilheiro da Bundesliga em 1991, mas sua jornada não foi fácil. Principalmente quando recebeu seu primeiro salário.
– Yanek me contou que recebeu o primeiro pagamento quando foi para a Alemanha, mas o valor foi muito reduzido. Ele não tinha ideia do que estava acontecendo e foi orientado a ler o contrato com atenção. Ristkiewicz confirmou que estava escrito que seria disponibilizado aos torcedores, jornalistas e crianças após cada partida e treino.
O ex-internacional, que já jogou pelo nosso país, não esperava que tal cláusula fosse incluída no contrato. – Ele não estava acostumado com esse tipo de coisa na Polônia, mas depois percebeu que aquilo pelo que vivemos, quem nos apoia, são os torcedores – acrescentou o diálogo a pessoa.
Compreender isso teve um enorme impacto no futuro de Furutoku. Quando decidiu regressar à Polónia, decidiu ensinar o que tinha aprendido no Ocidente.
– Ele ensinou isso aos outros. Como presidente da GKS, foi um dos primeiros a dizer que ninguém é mais importante para um clube de futebol do que os seus adeptos. Provavelmente é por isso que ele era tão querido e conseguia se aproximar de qualquer pessoa. O povo de Giesa disse que respeita o pastor e os faxineiros e os trabalhadores do armazém no mesmo nível. E seu sorriso atrevido sob aquele bigode… era difícil não gostar dele. Ele merece o maior respeito, enfatizou o ex-juiz.
Listkiewicz tem um encanto importante.
Furtok testemunhou o regresso do seu querido clube à primeira divisão da Polónia. Talvez um dia o GKS consiga o que Furtok mais sentiu falta: o campeonato polonês.
– O seu papel no sucesso do clube foi enorme, talvez até o maior. Sei que ele nunca conquistou o título de campeão e isso o incomodou muito – confessou nosso interlocutor.
Após a morte de Hrtok, Listkiewicz também decidiu recorrer ao presidente de Katowice, Marcin Krupa. – É triste que Yanek não tenha vivido para ver a inauguração do novo estádio. Apelo ao Presidente de Katowice para que lhe dê o seu nome. Porque ninguém merece mais.
O próprio Krupa, por outro lado, Ele já propôs dar o seu nome ao estádio da cidade.. Este gesto visa homenagear o seu trabalho, que o inscreveu na história de Katowice.
Jakub Fordon, jornalista do WP SportoweFakty