Na noite de terça-feira, os jogadores do FC Barcelona voltaram para casa depois de uma longa viagem. Após a primeira parte, os catalães perdiam por 1-3 com o Benfica Lisboa. Os jogadores de Hansi Flick tiveram melhor desempenho na segunda parte, vencendo por 5-4 no final.
Robert Lewandowski, autor de dois golos, manifestou em entrevista ao Canal+ Sport a esperança de que a vitória sobre o Benfica na Liga dos Campeões dê confiança à equipa. No entanto, o jornalista Leszek Orłowski, da revista semanal Piłka Nożna, vê mais problemas no jogo com o Blaugrana.
– Não creio que a falta de confiança seja problema do Barcelona. O Barcelona tem um problema estritamente tático no jogo contra um adversário que defende muito fundo e baixo, uma equipa que está na última posição da LaLiga. Paradoxalmente, o Barcelona parece agora mais propenso a vencer a Liga dos Campeões do que a Primera División. Nem o Getafe nem o Leganés vão jogar na Liga dos Campeões, mas estiveram bem frente ao Bayern, ao Real e agora ao Benfica. Problema tático – este é o desafio de Hansi Flick – como resolvê-lo, ou, para dizer um pouco figurativamente, como retirar o ônibus do estacionamento. O ataque posicional do Barcelona é bastante fraco, portanto há muitas coisas para melhorar aqui. Faltam ideias sobre como resolver determinadas situações em determinados setores do campo ou como fazer chegar a bola à grande área ou à baliza adversária. Você tem que sentar e trabalhar um pouco nisso. O que preparamos no início da temporada já não é suficiente. Especialistas apontaram que equipes como os citados Getafe, Leganes e Las Palmas já conquistaram ótimos resultados contra o Barcelona.
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Os jogadores do Benfica impuseram condições difíceis ao FC Barcelona e conseguiram tirá-los de uma situação difícil. O encontro em Lisboa foi muito emocionante. Basta dizer que Portugal vencia por 4-2 aos 77 minutos.
– A recuperação mais famosa do Barcelona foi, claro, contra o Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões, há oito anos, quando recuperou de circunstâncias ainda mais difíceis e venceu o jogo de volta por 6-1, apesar de ter perdido em Paris. Esta é uma “reversão das reviravoltas” que nunca deixará sombra na história do Barcelona. As apostas eram diferentes naquela época, pois meu destino para avançar para a próxima rodada estava predeterminado. Agora não existiam tais apostas, mas Leszek Orłowski admitiu que algures na lista das grandes recuperações e reconstruções do Barcelona, o jogo contra o Benfica provavelmente teria uma classificação bastante elevada.
Para surpresa de muitos fãs, Hansi Flick iniciou Wojciech Szczesny em vez de Iñaki Peni. Infelizmente, o antigo internacional polaco cometeu alguns erros, especialmente na primeira parte do jogo.
– A situação é difícil para Hansi Flick. Porque ele tem um goleiro muito bom e é difícil passar a temporada inteira no banco. Peña, outro grande jogador, também está bem, mas Szczesny poderia proteger mais o time, então eles precisavam apresentá-lo ao time em algum momento. Aconteceu na Copa do Rei, aconteceu na Supercopa da Espanha e precisou ser verificado na Liga dos Campeões. Esta foi uma lição dolorosa para Szczesny e seus colegas. Introduzir um novo guarda-redes numa equipa onde o guarda-redes desempenha um papel taticamente tão importante não é fácil. Tudo está bem quando acaba bem. Pode-se esperar que Szczesny tenha esgotado o limite de erros graves que deveria ter cometido na baliza do Barcelona e que tais coisas não lhe acontecerão mais, disse o interlocutor.
O golo que colocou o Benfica no 2-1 foi marcado em circunstâncias estranhas. Szczesny saiu da área e colidiu com Alejandro Balde, antes de Vangelis Pavlidis colocar a bola diretamente na rede vazia. Para piorar a situação, poucos minutos depois Szczesny sofreu pênalti e não conseguiu parar o atacante grego.
– É claro que essa mudança deixou a defesa instável, mas é preciso lembrar que o Barcelona estava em uma situação muito boa na Liga dos Campeões de qualquer maneira. Faltava um jogo contra a Atalanta e um fracasso em Lisboa poderia ter levado a equipa aos oito primeiros. Não foi um jogo de vida e não foi uma final que o Barcelona não pudesse arriscar. Foi o jogo perfeito para colocar Wojciech Szczesny na Liga dos Campeões e ver como funciona. Por outro lado, foi também um adversário muito difícil, exigente e inteligente. Entretanto, os comentadores notaram que, embora os riscos sejam elevados, não são decisivos.
Depois da exibição frente ao Benfica, surgiram sérias dúvidas se Szczesny conseguiria manter o seu lugar no onze inicial. Segundo Leszek Orłowski, o jogador polaco pode oferecer mais ao FC Barcelona a longo prazo do que o menos experiente Iñaki Pena.
– O Pena não deu motivos para trocar de goleiro, mas se você fizesse uma lista dos 10 melhores goleiros do mundo atualmente, o Pena não estaria nela. Não há como classificá-lo tão alto. Szczesny, sim. Szczesny estará definitivamente entre os 10 primeiros com base em sua forma no final de sua carreira. Sonhe com Hansi Flick e os poloneses de Barcelona. Na final da Liga dos Campeões, Peña terá que defender seis situações de um contra um, o que não poderá fazer, mas não decepcionou e tem estado sólido até agora. Szczesny pode ou não fazê-lo, mas pelo menos dá-nos esperança. Essa é a sabedoria de um coach: não pare no que é bom, procure o que você pode fazer ainda melhor. Claro que o ditado “o bom é inimigo do bom” tem fundamento, mas no futebol quem não avança fica para trás. Compreendo perfeitamente a decisão de Hansi Flick. Acredito que a decisão de utilizar Szczesny agora foi muito bem pensada e acertada, sublinhou Leszek Orłowski.
Rafał Szymanski, WP SportoweFakty