Radoslaw Paczewski é uma figura bem conhecida no mundo polonês das artes marciais. Ele passou uma parte significativa de sua carreira treinando kickboxing e Muay Thai, e foi membro da seleção nacional. Ele fez sua estreia no MMA em 2019. Até o momento, ele soma 7 vitórias e 2 derrotas no MMA. O objetivo deles é estender sua seqüência de vitórias para quatro na noite de sábado. E seu rival na Gala XTB KSW 102 de sábado, em Radom, será o brasileiro Kleber Silva. A expectativa é que a partida seja muito interessante, já que ambos os lutadores gostam de negociar e muitas vezes terminam as lutas mais cedo.
pronto para a guerra
– Recentemente, a organização KSW divulgou essas incríveis estatísticas de finalização. Estou com 86% e o Kleber com 82%. Parece melhor terminar esta batalha o mais rápido possível. Então acho que os fãs não deveriam piscar e estar preparados para uma bomba pesada ou para alguém ser nocauteado, diz Pacuzski.
A batalha final entre Pachuski e Reid Zerhouni durou apenas 61 segundos. E foi um dos momentos mais sangrentos da história da organização KSW. O confronto entre poloneses e franceses foi aclamado como a Batalha da Noite no XTB KSW 98 Gala em Rubin, em setembro de 2024. É a mesma coisa agora?
– Tudo depende do estilo imposto pelo adversário. Zerhouni é um lutador que quer encerrar a luta no primeiro round e é sempre muito forte desde o início. Ele impôs esta forma de lutar e o resultado foi uma guerra travada ferozmente desde os primeiros segundos. Aceitei tal duelo porque também fiquei feliz com tal interação e me senti bem – acrescentou Pachusky enfaticamente. – Kleber Silva luta um pouco diferente. Vindo de uma divisão superior, prevejo que ele poderá tentar travar essa luta no chão em algum momento. Talvez estes sejam substitutos para posições fortes. Como suas lutas anteriores mostraram, ele tem mãos pesadas, então com certeza vai experimentá-las. Acho que será uma batalha emocionante.
Uma faixa no horizonte?
Uma vitória deixaria Pacuzski muito mais perto de competir pelo cinturão do campeonato dos médios do KSW. O atual campeão desta divisão é Paweł Paulak, mas devido a lesão Piotr Kubelski e Tomasz Romanowski vão disputar o troféu interino. A última escolha causou considerável polêmica entre os fãs. Isso porque “Tommy” participará da partida após um ano de descanso e duas derrotas consecutivas.
– Li a opinião de fãs e especialistas, e muitos ficam surpresos que um lutador com duas derrotas vá lutar pelo cinturão. Esta é certamente uma situação estranha e não cotidiana, mas do ponto de vista esportivo pode ser um duelo interessante para os torcedores. Mas olhando a classificação e o que tem acontecido na categoria ultimamente, outros lutadores provavelmente merecem mais lutas assim – admite Pachuski.
Muitos torcedores concordam que Pacuzski merece uma luta contra Kubelski. Porém, embora o próprio lutador estivesse preparado para tal cenário, a organização não quis mudar o cenário de sua batalha de Radom para Gorzow.
– Eu aceito, claro que aceito. E eu ficaria muito feliz em receber tal oferta. Com certeza vou me preparar para essa luta simplesmente para vencer – explicou Paczewski, anunciando abertamente que conquistar o cinturão do campeonato KSW é seu objetivo esportivo.
Pessoal, quanto vale a vida?
Mas competir dentro da jaula não é a única paixão do lutador nascido em Varsóvia. Isso inclui viagens para a América do Sul, em particular. Não é à toa, já que Pachuski fala muito bem espanhol e português. Quando questionado sobre o país que mais o impressionou, mencionou a Colômbia.
– Fui lá duas vezes e cada vez fiquei menos de um mês lá. É um país maravilhoso com duas faces: não só uma natureza bela e pessoas maravilhosas, mas também pobreza, drogas e muitas pessoas vivendo nas ruas. Isso é incomum para nós. Porque nunca vimos nada parecido na Europa. Existem áreas na Colômbia onde vivem apenas moradores de rua. Pessoas “comuns” não vão lá, porque é muito perigoso – explica Pachuski.
Mas a falta de moradia não é a única coisa que afeta diariamente os colombianos. Este país ainda não resolveu o seu problema das drogas. Acontece que as imagens da série de TV “Narcos” sobre Pablo Escobar ainda estão vivas.
– Existem muitos viciados. Isso causa muita pobreza. Esta pobreza causa crime, e o crime ainda é enorme. O próprio facto de a Colômbia ainda ter sicários, ou assassinos pagos, que podem tirar vidas por uma ninharia. E estes são valores surpreendentemente muito baixos para nós, diz Pakuczewski.
Quanto vale uma vida humana na Colômbia?
– cerca de 2.500 zlotys. É assim que parece, e os sicários nem perguntam quem é – explica Pachusky.
Além da pobreza e dos sicários, os cartéis de drogas são um pesadelo neste país sul-americano e são a principal causa das tragédias de muitas pessoas. Pachusky teve a oportunidade de visitar um centro para dependentes químicos na cidade de Medellín. Ele também deu palestras motivacionais para presidiários.
– Procurei incentivá-los a praticar esportes, que é uma ótima alternativa e o vício mais saudável. Tentei encorajá-los a fazer isso, lembra Pacuzski.
Durante uma visita ao centro, o nosso interlocutor soube que algumas das pessoas que ficam no centro são jovens infratores com idades entre os 13 e os 17 anos.
– Eles trabalhavam para cartéis e gangues. Alguns foram simplesmente contratados como sicários. Segundo a lei colombiana, mesmo que um menor cometa homicídio, ele ou ela não será enviado para a prisão, mas sim para um centro de detenção juvenil. É por isso que esses jovens são alugados por vários grupos criminosos. Tive a oportunidade de conversar com eles. Foi tudo muito intenso, mas há uma realidade nisso. São pessoas que cresceram assim. Eles seguem o mesmo caminho, porque seus tios, irmãos mais velhos e todos os seus parentes já o fizeram – explica Pachuski.
Entrevista completa com Radosław Paczewski no último episódio de “Frame by Frame”: