A dismorfofobia, ou falsa percepção do próprio corpo, não é apenas um conceito que existe em fóruns da internet. Esta é uma entidade específica que a psiquiatria classifica como transtorno hipocondríaco. As pessoas afetadas por esses sintomas acreditam que têm um problema físico e não entendem o que é normal. Como resultado, o medo é criado neles pelo fato de que “algo está definitivamente errado”. O próprio medo tem poder causal, causando sintomas e criando um ciclo vicioso de neurose.
A dismorfofobia é um problema principalmente de adolescentes e jovens adultos, pessoas que vivenciam alterações na aparência e que ainda não desenvolveram mecanismos para lidar com a pressão social. As causas deste distúrbio são complexas, com causas genéticas e ambientais. Acredita-se que os seguintes fatores estejam na raiz da dismorfofobia:
- biológico – Pesquisas mostram que em pessoas com transtorno dismórfico corporal, as áreas do cérebro que processam estímulos visuais não funcionam adequadamente. Como resultado, os pacientes veem seus próprios corpos de forma distorcida.
- psicológico – Baixa autoestima, perfeccionismo e traumas (como abuso infantil) podem aumentar o risco.
- socializar – A cultura coloca o corpo perfeito em um pedestal, as fotos filtradas nas redes sociais e a ênfase na aparência “perfeita” são inimigos poderosos da saúde mental.
Durante o curso deste distúrbio Os pacientes concentram-se excessivamente em defeitos pequenos ou imaginários na sua aparência (por exemplo, nariz, tórax, órgãos genitais). Os defeitos viram tragédias e devem ser escondidos (com roupas, maquiagem, etc.). Geralmente não é suficiente esconder essa feiúra imaginada. Você também precisa garantir às pessoas ao seu redor que está tudo bem. Mesmo que um paciente decida corrigir um “defeito” específico, geralmente são encontrados novos defeitos.
Os sintomas da dismorfofobia podem ser sutis, mas o denominador comum é o foco nas suspeitas de falhas. Aqui estão alguns comportamentos que podem indicar esse problema:
- Passei horas analisando minha aparência no espelho e evitando reflexos para não me olhar.
- Perguntas constantes aos entes queridos: “Não estou mal?”, “Minha pele não está horrível?”
- Estar excessivamente preocupado em “melhorar” a aparência – usar maquiagem muito pesada
- Escolha roupas largas para esconder suas imperfeições.
- Procuramos soluções radicais como a cirurgia plástica, mas isso raramente alivia a dor.
- Isole-se – Evite reuniões sociais, trabalho ou escola por medo de ser julgado.
Os pacientes são sensíveis aos sintomas mais sutis que podem indicar “esta doença grave”. No entanto, o funcionamento social pode ser prejudicado em vários graus.
A dismorfofobia geralmente é menos grave e temporária. No entanto, em alguns casos, pode causar dor significativa, prejudicar a função ou exigir cirurgia plástica. Também pode contribuir para o comportamento suicida. A dismorfofobia é mais frequentemente acompanhada por outras doenças mentais: depressão, fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo, transtornos de personalidade, dependência de substâncias psicoativas.
Sim, a dismorfia corporal é uma deficiência que pode ser superada. Porém, é importante entender que o principal inimigo não são os defeitos físicos, mas sim a percepção. Num mundo onde a busca pela perfeição nos é muitas vezes imposta, vale a pena lembrar que a verdadeira beleza começa onde termina o desejo de comparar.
O tratamento da dismorfofobia é possível, mas requer tempo e uma abordagem abrangente. Portanto, é melhor estar preparado para uma luta bastante dura. Os melhores resultados são alcançados combinando psicoterapia e farmacologia.
- terapia cognitivo-comportamental – Ensine os pacientes a reconhecer e mudar padrões de pensamento negativos. Práticas como a exposição gradual a situações que provocam ansiedade (por exemplo, aparecer sem maquiagem) podem ajudar a quebrar barreiras que antes pareciam intransponíveis.
- medicamento – Os inibidores da recaptação da serotonina (ISRS) são particularmente eficazes porque reduzem os sintomas de ansiedade e depressão.
- apoio de entes queridos – É muito importante que familiares e amigos entendam o problema. Incentivar o tratamento e evitar declarações como “Não se preocupe, está melhorando” determinará o sucesso do tratamento.
fonte:
- Psiquiatria Infantil e Adolescente, editado por M. Janas-Kozik, T. Wolańczyk, Volumes 1-2, PZWL, Varsóvia 2021.
- Psiquiatria. Livro didático para estudantes de medicina, editado por M. Jarema2, PZWL, Varsóvia 2016.
Leia também:
Milhões de pensamentos, esquecimento ou hiperconcentração. Como realmente funciona o cérebro das pessoas com TDAH?
Acreditava-se que a positividade corporal não promovia a obesidade. E o que aconteceu? [FELIETON]
É tristeza, depressão ou outra coisa? Existe um teste para depressão?